terça-feira, 5 de junho de 2012

Homenagem à Joaquim F. Naves


O CICAS, o Movimento militante pelos Direitos Humanos e Fórum Regional de Direitos da Criança e do Adolescente despediu-se na semana passada, de um guerreiro e importante membro da re-articulação pela defesa dos direitos e mobilização da sociedade civil de nossa região,

Sem palavras, o CICAS faz questão de homenageá-lo com as palavras compartilhadas por seu filho:




VERSOS PARA UM SERENO E SÁBIO HOMEM

Nasceu em Jacuí, Minas Gerais
Ainda de colo vai com seu irmão e seus pais
Para o distante norte do Paraná
Onde sua vida de fato começará.

Filho de Antônio e Maria, e José primeiro irmão
Também Cida, Antônio, Lurdinha e João
Bernardete e Luís completam a escalação.

Na roça, no “engem” de Ferro, brincando até o pôr-do-sol
Ainda bem menino já se destacava no futebol.
No sítio o café era a principal plantação
Mas que decepção quando cultivaram feijão.

Seu pai, Antônio, trabalhando, faleceu na sua frente quando ainda era criança.
A personalidade, o destaque, a sabedoria do pai nunca saíram da lembrança.
E numa madrugada fria vai de Ibiporã à Porecatu sem grande hesitação
Iniciou um caminho, o caminho da vocação.

No seminário, vai consolidando sua fé e seus compromissos
E continua se destacando no futebol e fazendo grandes amigos.
Também lá descobrirá uma das suas maiores alegrias
À noite, escondido, ligava o rádio, e era o jogo do Santos que ele ouvia.

Vem para São Paulo, na periferia da Zona Sul trabalhar
Catequese, ação social e time do bairro ajudou a criar para a realidade transformar.
Mas depois de cinco estrofes, não dá mais para adiar não
Conhecera Edwirges, a Grande Paixão.

O coração não se dividiu, mas divinamente se consubstanciou.
Lutas, fé, compromisso e casamento, e uma família formou.
Após o casório, num prédio no centro da cidade, não pestanejaram
Selaram o mais cúmplice compromisso, que nunca... nunca, nunca abandonaram.

Com uma incrível harmonia e um amor de transbordar
Na Paróquia de Santa Ifigênia, na Pastoral do Batismo e na Catequese não deixaram de trabalhar.
E decidiram juntos que Serviço Social iriam estudar.
Juntos em Pastorais.
E juntos, Assistentes Sociais.

Do imenso amor que cada um cultivou
Marta veio primeiro, mas Marcelo também chegou.
E tempos depois, o pai em avô se tornaria
Com a vinda de Leandrinho, mais uma razão para a sua alegria.

Mesclando vocação e profissão, não teve dúvidas sobre sua missão.
Foi trabalhar na cidade de Francisco Morato para colocar o Serviço Social em ação.
Com os amigos, companheiros e irmãos que fez, ajudou a implementar diversas ações e programas sociais:
Atendimento à criança e adolescente, CMDCA, Conselho da Assistência, SUAS, LOAS e muito mais.

Seguindo sua fé e o amor ao próximo, na Santa Zita fez sua paróquia, sua comunidade.
Viveu com irmãos e companheiros em comunhão e fraternidade.
Sempre ao lado de sua paixão e companheira, na Pastoral do Batismo.
Mas também na Pastoral da Família, Encontro de Casais, Setor, PAF, Celebração da Palavra e catecismo.

Sempre com visão crítica
Vai participar da Pastoral Fé e Política.
E como sempre, um militante consciente,
Ajuda a rearticular o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Ele, agora, reencontra seu pai e sua mãe no céu, enquanto estamos nessa missa de Sétimo Dia.
Esses versos, é claro, não imaginam que a abundante caminhada de Joaquim aqui caberia.
Mas celebram, com todos nós, como Jesus em sua lida,
Que esse tal Joaquim semeou Esperança, Serenidade, Sabedoria e Vida.

À Joaquim Ferreira Naves
04 de junho de 2012

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